sábado, 24 de abril de 2010

TEXTO Nº 6 : PRIMEIROS SOCORROS.24/04/2010

PRIMEIROS SOCORROS

IMPORTÂNCIA DOS CONHECIMENTOS DAS TÉCNICAS

QUANDO DEVEMOS PRESTAR SOCORRO

Na maioria das grandes cidades, existem equipes de Emergência
treinadas para atender vítimas de todo o tipo de acidente. As equipes
são compostas por socorristas que são profissionais especializados
em socorro de Emergência . Quando, na localidade, houver equipes
de emergência, acionar imediatamente o socorro é uma grande ajuda.
Devemos preferir o socorro especializado que conta com
equipamento e treinamento adequados. Mas existirão situações em
que não haverá equipe disponível ou a gravidade da situação não
permitirá aguardar socorro especializado. Neste caso o conhecimento
de socorro básico poderá garantir a sobrevivência das vítimas.
Quando realizado sem as técnicas adequadas, o socorro poderá prejudicar,
agravando o estado da vítima e provocando danos
irreversíveis.
Quem sabe o que fazer não perde tempo poupando segundos preciosos
para salvar vidas.

OMISSÃO DE SOCORRO

Deixar de prestar socorro, ou seja, não dar nenhuma assistência a
vítima de acidente ou a pessoa em perigo iminente podendo fazêlo,
é crime segundo o artigo 135 do Código Penal Brasileiro.
A omissão ou a falta de um pronto atendimento eficiente são os principais
motivos de mortes ou danos irreversíveis em vítimas.
Primeiros Socorros são os procedimentos de emergência que devem
ser aplicados a uma pessoa em perigo de vida, visando manter os
sinais vitais e evitando o agravamento do seu estado, até que receba
assistência especializada.

O QUE FAZER PRIMEIRO

Normalmente, em um lugar de acidente, há cenas de sofrimento,
nervosismo e pânico, situações que exigem providências imediatas.
Independente da gravidade da situação, devemos agir com calma e
frieza:
• Transmita confiança , tranqüilidade , alívio e segurança aos
acidentados que estiverem conscientes informando que o
socorro médico está a caminho;
• Aja rapidamente porém dentro dos seus limites;
• Use os conhecimentos básicos de primeiros socorros;
• Improvise quando necessário;
• Peça e aceite a colaboração de outras pessoas, deixando a
liderança para quem tiver mais experiência e conhecimento;
• Se o mais experiente for você, solicite ajuda dos demais com
calma e firmeza demonstrando o que deve ser feito.

NO LOCAL DO ACIDENTE DEVEMOS ANALISAR O
CENÁRIO COMPLETO

Localizar as vítimas
• Quantas e onde estão as vítimas;
• No trânsito vítimas podem ser lançadas para fora do veículo,
podem estar presas nas ferragens , caídas na pista de rolamento
ou em outras situações.

Afastar o perigo e evitar novos acidentes
Quais são os perigos iminentes?
O local do acidente pode estar colocando as vítimas e socorristas
sob riscos como na presença de cabos eletrificados, no
derramamento ou vazamento de combustíveis, incêndios,
materiais tóxicos. Nestes casos, é preciso afastar o perigo o mais
rápido possível.
Cuidados para Evitar o Agravamento em Situações
de Risco
• Sinalize o local para evitar novos acidentes e atropelamentos;
• Acione o pisca-alerta dos veículos próximos ao local;
• Defina a melhor colocação do triangulo;
• Espalhe arbustos e folhas ao longo da via;
• Desligue a chave da ignição do veículo acidentado.

ACIONAMENTO DOS RECURSOS

O quanto antes o socorro for acionado, mais rápido a vítima receberá
socorro especializado.
Telefones importantes
• Corpo de Bombeiros – 193
• Polícia Militar – 190
• Polícia Rodoviária Federal/RJ - 2471-6111
• Rodovias sob concessão também têm números especiais e equipes
de socorro médico.
• Anote e mantenha guardado os números de socorro das rodovias
em que você está transitando.
• As ligações de emergência podem ser feitas de qualquer telefone.
Não é necessário usar cartão, pois as ligações são gratuitas.

Importante

Detalhes a serem informados nas chamadas de socorro:
• Local exato e tipo de acidente;
• Descrição das vítimas (número, sexo, idade aproximada);
• Grau de consciência da vítima;
• Gravidade dos ferimentos;
• Condições de trânsito no local.
Quando o socorro chegar procure:
• Descrever a ocorrência;
• Informar os primeiros socorros que foram aplicados;
• Fornecer ajuda se necessário.
Ao ajudar em um acidente, procure se proteger de doenças infectocontagiosas
usando luvas ou pedaços de pano. Essas doenças,
inclusive a AIDS e a hepatite, podem ser transmitidas através do
contato direto com fluidos corporais como sangue e saliva.

TIPOS DE ACIDENTE

Colisão

Se um automóvel colide a 60 km/h contra um elemento fixo, haverá
uma desaceleração quase instantânea de 60 km /h para zero. Existe
uma tendência física dos corpos do interior do veículo continuarem na
mesma velocidade em que o veículo estava. Assim, os ocupantes irão
sofrer um forte impacto contra as partes internas do veículo, proporcional
à velocidade do veículo.
Mesmo se o ocupante estiver utilizando um cinto de segurança, seus
órgãos internos sofrerão com o impacto na mesma direção da colisão.
Quando o veículo tem uma deformação dianteira, normalmente os
ocupantes sofreram o seguinte tipo de colisão:

Cabeça: impacto contra o pára brisa, painel, volante, banco... Gerando
lesões na face, couro cabeludo , crânio e no cérebro .

Pescoço: o arremesso violento da cabeça pode resultar em fratura ou
deslocamento das vértebras e lesões em outros tecidos.

Tórax: o impacto contra o volante pode resultar em fratura do osso
esterno e de costelas, bem como lesões em órgãos internos como
coração e pulmões.

Abdome: o deslocamento dos órgãos para frente, gerado pelo
impacto, pode resultar em desligamento e rompimento de órgãos
como rins, baço e intestinos.

Membros: são comuns contusões e lesões múltiplas , como fraturas
esmagamento e até amputações.

As lesões são agravadas proporcionalmente pela velocidade;
atenuadas e até mesmo evitadas, com a utilização de equipamentos
como o air bag e o cinto de segurança.
Nas colisões com deformidade traseira, o impacto sofrido pelo veículo
gera uma aceleração repentina seguida de uma desaceleração. Nesses
casos, é comum ocorrer o efeito chicote na cabeça e no pescoço. A cabeça
é, inicialmente, atirada para trás e em seguida, para frente. As
conseqüências são muito mais graves quando não há apoio para a cabeça,
item que, na maioria dos veículos, não está presente nos bancos traseiros.
Numa colisão frontal, o motociclista é instantaneamente jogado para
frente. Nesse caso, pode-se prever traumatismos na cabeça, no tórax
e no abdome, além de fratura nas pernas.
Atropelamento
Normalmente é dividido em três fases:
• Impacto do veículo contra as pernas e quadril da pessoa;
• Impacto do tronco da vítima contra o capô e pára–brisa
do veículo;
• Impacto da vítima contra o solo.
Como ocorrem três impactos, o número de lesões que se deve esperar
é grande (politraumatismos), principalmente no caso de crianças.
Quedas
Quanto maior a altura e a velocidade da queda, maior será o impacto
sofrido. Os efeitos da queda da vítima dependem:

• da altura da queda;
• do tipo de superfície (piso de concreto, asfalto, grama, areia,
neve, água, etc.);
• da parte do corpo da vítima que sofreu o impacto.
Se a vítima caiu em pé, pode-se esperar fratura nos pés, nos tornozelos,
nas pernas e, quando mais graves, no quadril e na coluna.
Dependendo da altura devemos suspeitar também de lesões em
órgãos internos.

ATENDIMENTO ÀS VÍTIMAS

Existem critérios internacionalmente aceitos no que se refere a
abordagem de uma vítima.
Principais Etapas
Avaliação Primária
Na avaliação Primária será feito um rápido exame da vítima ,
obedecendo a uma seqüência padronizada e corrigindo
imediatamente os problemas encontrados.
O exame deverá ser feito rigorosamente nessa seqüência:
O “ABCDE” da vida
• Vias aéreas e coluna cervical;
• Respiração;
• Circulação, hemorragia e controle do choque;
• Nível de consciência;
• Exposição e proteção da vítima.
Respiração e manutenção da coluna cervical
1. Abra a boca da vítima para retirada de prováveis corpos estranhos
(secreções, pedaços de alimentos, dentes quebrados), tendo o
cuidado de não fazer movimentos desnecessários com a coluna
cervical.

2. Faça esta manobra: firme a cabeça da vítima com os joelhos ou
solicite auxílio.
3. Projete o maxilar para a frente, agarrando-o firmemente e logo
após para baixo. Esta manobra fará com a boca se abra e possa ser
visualizada seu interior, sem causar trauma de coluna cervical.
4. Retire da boca os objetos e prótese dentária se houver.
5. Imobilize a coluna cervical, tendo o cuidado de não elevá-la e não
colocando nada em baixo (proteja-a com uma roupa dobrada)
improvise um colar cervical.
Ouvir, ver e sentir : aproxime-se para escutar a boca e o nariz do
acidentado, verificando também movimentos característicos de respiração
no tórax e no abdome.
6. Se a vítima não estiver respirando após a retirada do corpo estranho,
mas está com os batimentos cardíacos presentes, comece a respiração
boca a boca. Realize esse procedimento cerca de 16 vezes
por minuto até ela voltar a respirar espontaneamente.
Observe se há elevação do tórax ou abdome quando você não está
soprando ar para dentro dos pulmões da vítima.
Circulação:
1. Verifique se o coração da vítima está batendo.
2. Utilize os dedos indicador e médio e apalpe a artéria carótida no
pescoço ou a artéria femural ( na virilha).
3. Se ausentes os batimentos, proceda a ressuscitação cárdio pulmonar
(RCP).
4. Verifique se há hemorragias ou presença de sinais e sintomas que
indiquem uma hemorragia interna..
Avaliação Neurológica (verificar nível de
consciência):
1. Se a vítima estiver consciente, pergunte nome, telefone para
contato e endereço. Faça também perguntas que você possa
avaliar se ela está respondendo com coerência. Por exemplo:
Que dia é hoje? É dia ou é noite?”

Converse com ela, procure acalmá-la e pergunte onde sente
dores e em caso de suspeita de fratura da coluna , pergunte se
está sentindo os braços e as pernas.
Se ela não se comunicar, veja se reage ao estímulo verbal.
Se não houver resposta, veja se reage ao um estímulo tátil ou
doloroso.
2. Caso esteja inconsciente, abra os olhos dela e verifique as
pupilas.
Pupilas normais: significam, normalmente, que não existem
lesões neurológicas aparentes e oxigenação está presente.
Pupilas diferentes: uma normal e a outra dilatada significa
presença de lesão neurológica. Intensificar a avaliação pois pode
haver parada cardio-respiratória.
As duas pupilas dilatadas: significa parada cardio-respiratória
há mais de um minuto. Também pode haver lesão neurológica.
Iniciar manobras de RCP.
Sempre que a vítima estiver inconsciente, deve-se desconfiar
de fratura da coluna vertebral ou de parada cardio-respiratória.
Nesse caso, movimente a vítima o mínimo possível, protegendo
sempre a coluna
Manutenção dos sinais vitais
Durante o atendimento devemos sempre estar nos preocupando
com os sinais vitais da vítima, tomando as providencias
necessárias caso eles se alterem.
Avaliação Secundária
Em seguida, é preciso verificar a extensão dos ferimentos, a
quantidade de sangue perdido, as fraturas e as outras lesões,
iniciando os procedimentos adequados para cada caso, de
acordo com as prioridades, cuidando sempre da manutenção
dos sinais vitais. Lembrar sempre que as lesões aparentes nem
sempre são as mais graves.

Parada Cardio-Respiratória (PCR)

A parada cardíaca constitui-se numa situação na qual se constata
a ausência de batimentos do coração. Essa é a maior e mais
perigosa situação com a qual podemos nos deparar.
A parada cardíaca é estudada em conjunto com a parada
respiratória porque a presença de uma situação leva rapidamente
a outra, exigindo um procedimento conjunto para manter os
dois principais sinais vitais: a respiração e os batimentos
cardíacos.
A parada cardíaca possui várias causas e, dentre as mais comuns,
citam-se o infarto, o choque elétrico, a overdose de drogas, a inalação
de gases venenosos, o afogamento ou a asfixia e a reação a
medicamentos. Caso o socorrista NÃO constate presença de pulso
na vítima ou falta de batimentos cardíacos, ele deve suspeitar de
parada cardíaca.
• Ausência de pulso = parada cardíaca.
O pulso a ser tomado é o carotídeo, que é checado a altura
do pescoço.
Sintomas de uma vítima em PCR:
• Falta ou debilidade de pulsação;
• Dilatação das pupilas (midríase);
• Ausência de batimentos cardíacos (que podem ser checados
encostando o ouvido do socorrista abaixo das papilas mamárias
da vítima);
• Insuficiência respiratória;
• Palidez excessiva;
• Inconsciência.

Massagem cardíaca:

Verifica-se o pulso da vítima através da palpação digital do pulso
carotídeo. Estando esse ausente deve-se realizar a massagem,
que consiste na aplicação de uma pressão sobre o tórax da vítima
contra uma superfície rígida e resistente, o que provocará uma
compressão do coração entre o esterno e a coluna dorsal e um
aumento da pressão intra-torácica, provocando o esvaziamento
ativo e enchimento passivo das cavidades do coração fazendo o
sangue circular por todo o organismo.

Realize a massagem cardíaca:

Coloque a vítima em decúbito dorsal (barriga para cima), sobre
uma superfície dura e plana. O ponto certo para a realização da
massagem é encontrado da seguinte forma:
Localize o final do osso entre as costelas (esterno) e, dois dedos
acima deste, coloque a palma de sua mão e no dorso dela a sua
mão de dominância. Os dedos das mãos devem ficar
entrelaçados.
Deve-se realizar a massagem com os braços esticados e com o
peso do corpo voltado contra a vítima.
Os cotovelos do socorrista devem ficar estendidos durante a
realização da manobra de reanimação.
Faça a compressão com certo vigor a fim de abaixar o esterno
numa depressão de aproximadamente 5 cm.

O TEMPO DE DESCOMPRESSÃO E DE
COMPRESSÃO É O MESMO!!

Cuidados Especiais
Com crianças: use apenas uma das mãos, procure realizar a
manobra exercendo menor força que na massagem cardíaca para
adultos.
Com bebês: Utilize apenas a ponta dos dedos para realizar a
manobra, ao invés das duas mãos. A compressão deve ser feita
na região intermamilar.
Com pessoas idosas: segue as mesmas normas que a massagem
cardíaca para adultos, porém vale a ressalva que deve-se fazer
menos força, a fim de não fraturar nenhuma costela.

Vias Aéreas

Ao encontrar a vítima, avalie o nível de consciência em que
se encontra. Se não conseguir despertá-la, posicione-a
adequadamente (decúbito dorsal), atentando para possíveis
lesões cervicais.
Estando inconsciente, há falta do tônus muscular e a língua
juntamente com a epiglote caem para trás, obstruindo a faringe
e a laringe. Faz-se então, a extensão da região cervical. Assim,
consegue-se abrir as vias aéreas. No bebê de menos de um ano,
esta extensão deve ser bastante discreta.
Caso a vítima apresente lesões no pescoço ou haja suspeita de
trauma cervical, puxe a mandíbula para a frente, mantendo seus
cotovelos apoiados na superfície em que a vítima deve estar deitada.
Verifique se há respiração. Inspecione a boca e a garganta da
vítima e verifique se há material estranho (vômito, outros
líquidos, alimentos, brinquedos, etc) obstruindo as vias aéreas.
Deve-se retirar o que se encontrar com o dedo indicador e médio
ou, caso o material estranho seja líquido, pode-se envolver o
dedo indicador com um lenço, para efetuar o procedimento.
Segure a língua e o queixo da vítima entre o seu polegar e os
outros dedos, levantando a mandíbula. Com a outra mão, retirase
o corpo estranho.

Respiração

Deve-se verificar se houve retorno da respiração. O socorrista deve
se aproximar do rosto da vítima com o olhar voltado para o seu
tórax. Desta forma, tenta-se ver, ouvir e sentir a respiração. Observe
se existem os movimentos respiratórios.
Muitas vezes, após a desobstrução das vias aéreas, a vítima volta
a respirar espontaneamente, não havendo necessidade da
realização de outras manobras. Nestes casos, é imprescindível
que se mantenha uma observação cuidadosa até a chegada do
serviço de emergência ou até a recuperação total.
Caso a vítima não recupere sua respiração espontaneamente, devese
iniciar a respiração artificial.

A Respiração Artificial

O ar atmosférico é uma mistura gasosa que apresenta 21% de
oxigênio em sua composição. Em cada movimento respiratório,
gastamos cerca de 4% desse total, restando, portanto, 17%, que
são suficientes para suprir as necessidades momentâneas da
vítima, se insuflado em seus pulmões. Ao realizar a respiração
artificial, deve-se observar se há expansão do tórax, e só se deve
reinsuflar caso haja expiração do ar.
Há três tipos de respiração artificial:

Respiração Boca-a-Boca.

É a mais eficiente, usada em adulto ou criança grande. Deve-se
fazer obstrução digital do nariz para não haver escape de ar.

Respiração Boca-Nariz

Técnica recomendada quando não se consegue praticar a anterior,
como por exemplo, em casos de traumas de mandíbula.

Respiração Boca-a-Boca-Nariz

Utilizada em bebês. Para que a respiração artificial tenha
sucesso, deve-se observar a quantidade de ar expirado, que
deve ser suficiente para expandir o tórax. Em bebês, insufla-se
apenas com o ar contido nas bochechas. Caso contrário, o
socorrista pode causar um barotrauma.
O tempo da insuflação é rápido, um e meio a dois segundos
em adultos e cerca de um e meio segundo em crianças

LEMBRE-SE:
Existem outros tipos de socorro e cuidados, mas só alguém
muito experiente pode fazê-lo. Você motorista deve avaliar a
vítima, deixá-la o mais confortável possível, não dar água, suco
ou bebidas e chamar o socorro rapidamente.